Que objeções se apresentam ao compatibilismo ou determinismo moderado?

Um compatibilista não distingue de forma clara a diferença entre ações livres e ações não livres. Com efeito, o compatibilismo não explica por que é que ser constrangido por acontecimentos anteriores é um ato livre e ser constrangido por alguém já não é um ato livre porque é uma coação.. Os compatibilistas argumentam que somos livres se agirmos sem constrangimentos ou obstáculos, internos ou externos, que nos impeçam de fazer o que desejamos. Mas, se aquilo que desejamos fazer se encontra determinado por acontecimentos anteriores (determinismo radical) então as nossas ações estão constrangidas por acontecimentos anteriores e não temos consciência de que estamos a ser constrangidos. Esta crítica deixa um problema em aberto Há filósofos que consideram que nenhuma destas teorias é plausível. É o caso dos filósofos Searle e Nagel que consideram que não há boas razões para negar o determinismo radical que encontramos na natureza pois sem ele as ciências da natureza seriam impossíveis. Por outro lado, não podemos negar o livre-arbítrio, como faz o determinismo radical, porque a experiência da liberdade faz parte da experiência de agir. Os opositores ao determinismo moderado acreditam que as nossas ações são controladas a partir da nossa educação, que não temos controlo sobre o passado logo,somos o resultado necessário da nossa educação e criação.  Outra objeção é o facto de apresentarmos dificuldades em controlar desejos,logo somos influenciados pelo meio externo, o que contradiz o determinismo moderado, mas quando nos controlamos também somos influenciados pelo meio externo  e que a vontade não consegue controlar. O determinismo cultural, espacial, temporal é mais forte do que a nossa vontade pois são condicionalismos da ação livre.
Concluindo, o compatibilismo não explica de forma plausível a diferença entre ser constrangido e ser causado a agir de determinada maneira.
                                                                                                                        Ana Rita Araújo 10°B

Comentários

  1. Apesar dos argumentos do deternismo moderno serem plausiveis, esta teoria também apresenta críticas, sendo as principais as seguintes: O determinismo moderado, apesar das aparências, não distingue com clareza ações livres de ações não livres e defende que não há ações totalmente livres pois a liberdade não existe ,e, o facto do determinismo moderado não salvaguardar a nossa ideia comum de liberdade. Em relação à primeira crítica, segundo o determinismo moderado, uma ação é livre se e apenas se for causada por desejos ou crenças (estados internos) que são meus. Isto não parece, contudo, suficiente para distinguirações livres de ações não livres. Em relação à segunda crítica, se, por exemplo, se nos posessem uma peça de fruta e um bolo à nossa frente e só podesse-mos comer um deles, sera que se escolhece-mos comer o bolo, estariamos a agir livremente? Será que podia não o ter feito? Será que, eventualmente, podera ter escolhido a maçã?Vejamos como um determinista moderadoexplica a mesma ação. Comi a peça de fruta e agi livremente porque o fiz de acordo com as minhas crenças e com desejos. Segundo estes deterministas, para eu teer agido de forma diferente tinha de ter crenças e desejos diferentes, ou seja, tem outra personalidade e ser uma pessoa completamente diferente da que sou. Mas, se somos deterministas moderados, temos de reconhecer que não temos controlo do passado, que somos o resultado necessário da educação e criação que tivemos. Não podemos ser pessoas diferentes da que somos. Como vimos, o determinismo moderado não salvaguarda a nossa ideia do comum deliberdade e, por isso, tem problemas em explicar com o podemos responsabilizar alguém pelas suas ações.
    Duarte Alves de Sousa
    Nº7 10ºK

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  2. Nenhuma das teorias que tentam responder ao problema do livre-arbítrio é perfeita, todas têm críticas e objeções. O determinismo moderado, que afirma que há ações que são livres e determinadas simultaneamente, tem algumas objeções das quais: a distinção entre ações livres e ações não livres não é clara. Segundo a teoria, a minha ação é livre se for causada por os meus desejos ou crenças, no entanto esta afirmação não parece fazer bem a distinção. Outra objeção é o facto de o determinismo não salvaguardar a nossa ideia comum de liberdade, e devido a isso tem dificuldade em explicar quando é que podemos efetivamente responsabilizar alguém pelas suas ações.

    Maria Sousa Pinto 15 10K

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  3. Assim como as teorias incompatibilistas, também o Determinismo Moderado apresenta objeções: para os compatibilistas uma ação é livre se for causada por estados internos do agente. No entanto isto não distingue claramente uma ação livre de uma ação não-livre: embora eu possa ser coagida a realizar determinada ação, eu só a realizo se estiver convicta do sucesso da mesma e acreditar na palavra daquele que me forçou. Esta ideia cria uma contradição, mostrando que o Determinismo Moderado não cria uma distinção precisa entre ações livres e ações não-livres.
    Maria Ribeiro nº18 10ºC

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  4. Segundo o determinismo moderado, a minha ação é livre se se basear nos meus próprios desejos, no entanto esta afirmação não distingue claramente ações livres de não livres. Outra objeção é o facto de o determinismo não defender a nossa ideia comum de liberdade, e devido a isso tem dificuldade em explicar quando é que podemos responsabilizar alguém pelas suas ações.
    Afonso Abreu 10ºF

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