Que críticas podemos apontar à moral de Kant?

O formalismo rígido de Kant é uma possível objeção isto é, apenas as ações feitas por dever são moralmente corretas porque usam o imperativo categórico, a ordem absoluta e incondicional. A moral de kant despreza as circunstâncias particulares do sujeito sendo insensível às consequências, mesmo que estas sejam nefastas para o sujeito envolvido. Por exemplo, no caso de uma situação em que o agente pode dizer a verdade ou mentir, a verdade é sempre desejável mesmo que venha a afetar o bem-estar do sujeito. Isto é assim porque Kant só tem em conta a intenção e não a consequência. O autor menospreza as características individuais e a situação particular dos agentes. Apesar destas características específicas, Kant defende que se deva usar o valor positivo. Esta forma de fundamentar a ação moral pressupõe a universalidade da razão prática ( da lei moral a priori). Kant não questiona os valores morais e parte do princípio de que o bem e o mal já estão definidos numa perspetiva valorativa respeitante ao polo positivo por contraposição ao polo negativo. Neste sentido, defende uma só cultura, numa perspetiva objetivista dos valores. Com kant o sujeito moral não consegue concretizar a resolução de conflitos morais (utilizemos agora outro exemplo: Durante a II Guerra Mundial uma cidadã alemã sente-se no dever de proteger sua amiga Judia mas não pretende violar as leis do seu país, ainda que não as considere corretas. O que deve fazer? Se proteger a sua amiga está a faltar aos eu dever para com o país, mas se entregar a sua amiga estará a faltar ao ser dever de amizade. Assim, nenhuma das alternativas é moralmente correta do ponto de vista do filósofo, por isso o problema não é resolvido.) .
                                                                                                     Marta Trindade n23, 10C

Comentários

  1. A principal critica que se pode apontar à moral de Kant é que esta é incapaz de resolver as situações se estivermos perante um problema moral. Se nos encontrarmos numa situação em que ambas as opções desrespeitam o imperativo categórico então ficamos sem alternativas, não resolvendo o problema. Por exemplo: Durante a II Guerra Mundial eu descubro que o meu vizinho estava a esconder judeus na sua cave para os proteger, e sou confrontado por um nazi que está a investigar o meu vizinho e me pergunta se eu sei de alguma coisa. Ora ambas as alternativas são moralmente incorrectas, se eu disser a verdade vou estar a levar à morte de pessoas inocentes, e se lhe disser que não sei de nada vou estar a mentir. Verifica-se então que a teoria de Kant não sabe responder a esta situação.
    José Cunha, Nº15, 10ºF

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  2. Embora, na minha opinião, a Teoria deontológica de Kant seja melhor que a teoria teleológica de Mill,tal como todas as teorias filosóficas, a teria de Emmanuel Kant não é perfeita, ou este assunto e problema de o que é considerado uma ação moral nem seria discutido. Kant apresenta uma moral bastante rígida e pouco fléxível, podendo ser caracterizada como a moral da "tolerância zero". Uma ação é moral se, e só se, seguir o imperativo categórico, aliás, Kant defende a sua moral denominando-a de perfeita. Segundo Kant, o problema existe nas pessoas que, em situações de conflito moral, esquecem-se do imperativo categórico, utilizando ações contra o dever nas suas ações, devido à fraqueza e imperfeição da condição humana.
    Sendo assim, a inflexibilidade kantiana é um dos pontos principais que os opositores de Kant utilizam nas suas objeções a esta Teoria.
    Em segundo lugar, tal como referido anteriormente, a moral de Kant não serve para resolver conflitos morais, isto porque a moral deontológica opera com valores absolutos, sendo que todos os valores têm que ser máximos num indivíduo para a ação ser moral. Vamos imaginar o seguinte caso:

    ->Rui é um grande amigo de Ricardo e da sua namorada, Mariana. Ora, a Mariana está numa relação com o Rui, mas também com outro homem, andando nesta brincadeira à meses, sem ser descoberta. Porém, um dia Ricardo chega a casa do Rui e pergunta-lhe onde está a sua namorada. A Mariana, também uma grande amiga de Rui, havia entrado à meia hora em casa do Rui, com medo do seu namorado, que "queria falar com ela", segurando uma arma branca na mão. Nesta situação, o que Rui deveria fazer?

    Segundo Kant, nós devíamos dizer a verdade, ainda que, num dos casos, iriamos faltar com o nosso valor de lealdade à Mariana, nunca sendo a nossa ação completamente moral em nenhum dos casos. Mesmo assim, deveríamos dizer a verdade, uma vez que essa ação iria cumprir o imperativo categórico. Independentemente se Ricardo mataria a Mariana ou não, devemos sempre dizer a verdade, não estando Kant a par das condições particulares do indivíduo!
    Por fim, este pensamento de que todos devem seguir a mesma máxima moral cria uma só cultura, uma cultura com determinados valores e sem espaço para a criação de novos. Isso, obviamente, é um absurdo, mas a lei de Kant utiliza argumentos como se todos os indivíduos tivessem as mesmas leis morais e conduta moral.
    Concluindo, Kant tem apresenta uma teoria falhas, criando uma teoria formal e inconsequente às particularidades do indivíduo e da ação.

    Francisco Campos

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  3. Para Kant, só uma ação realizada com o propósito de cumprir o dever é uma ação moralmente correta, ou seja o cumprimento do dever é o único motivo em que a ação se baseia. Assim pode-se dizer que a ética Kantiana é absoluta, não dá margem para qualquer erro. No entanto, Kant não nos ajuda a resolver conflitos morais: por exemplo, uma rapariga tem de optar entre duas ações, ambas moralmente incorretas. Então o que é que ela deve fazer? A ética de Kant não lhe consegue responder uma vez que nega a realização de qualquer uma das ações.
    Pode-se, também, dizer que a ética deontológica de Kant falha noutro aspeto: não tem em conta o caso particular e parte do pressuposto que existe um bem e o mal perfeitamente definidos.
    Maria Ribeiro nº18 10ºC

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  4. Pelo facto da teoria deontológica de Kant seguir o imperativo categórico, esta é muito rígida, pois o imperativo categórico é algo absoluto e incondicional, por isso, esta teoria não permite não permite qualquer erro nem exceção para o agente. Devido a esse facto, a teoria kantista não nos ajuda a resolver conflitos morais, pois se o agente da ação tiver que escolher entre duas ações moralmente incorretas, Kant não poderá ajudar esse sujeito pois este filósofo considera que não podemos violar as regras em nenhuma circunstâncias.
    Além disso, esta teoria também se mostra insensível às circunstâncias particulares do sujeito e às consequências. Por exemplo, Immanuel Kant não admite que um indivíduo roube, mesmo que seja para alimentar os mais necessitados, pois o ato de roubar é algo que não pode ser universalizado pois levaria à discórdia.

    Pedro Morujão 10 C n27

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  5. A moral de Kant é criticada pelo formalismo rígido, por ser insensível às consequências, pelo despreso pelas circunstâncias, por não olhar às culturas, por não considerar a vertente afetiva dos ser humano e a sua influência na vida moral, por não conseguir resolver conflitos morais, por não ver as perspetivas particulares do ser humano e por esquecer que a responsabilidade moral não se aplica apenas à própria ação mas também às suas consequências.

    Mº Isabel Marques de Aguiar Nº21 10ºK

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  6. A moral de Kant, por apresentar um formalismo muito rígido, não ajuda a resolver conflitos morais, pois se ambas as opções violaram o imperativo categórico (ações feitas por dever) ficamos sem alternativa para resolver a situação. Para além disso, é insensível ás consequências, uma vez que contra-valores como roubar,mentir ou matar são moralmente incorretos independentemente da circunstância particular do sujeito, esquecendo as perspetivas individuais.

    Benedita Vilas Boas, nº6, 10ºC

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  7. Existem algumas críticas à moral de Kant, entre elas: As regras morais não são absolutas; A situação dos casos de conflito; por vezes é impossível decidir sem olhar às consequências da ação; As emoções e os sentimentos são componentes essenciais da natureza humana, não podendo ser descartados ; O amor e a compaixão têm importância ética...
    Abordando a crítica " O formalismo kantiano é desumano"..: Este formalismo é desumano, porque os seres humanos necessitam, desde a sua infância, de se sentirem amados, e isto é importante para a formação da auto-estima. As pessoas com uma auto-estima saudável tendem a sentir que a sua vida tem sentido, alcançando níveis de auto-realização superiores em relação às pessoas com uma fraca auto-estima. Isto também se reflete na saúde: as pessoas que se sentem realizadas (no fundo, que se sentem felizes) têm tendencialmente um sistema imunitário mais robusto do que as pessoas que se sentem deprimidas e insatisfeitas consigo próprias.
    As pessoas que são mais compassivas tendem também a ter uma atitude positiva em relação à vida, o que lhes traz muitos benefícios ao nível da sua saúde física e psíquica, porque tendem a sentir-se seguras no seu ambiente e têm níveis de ansiedade ou "stress" baixos, porque não têm uma visão conflituosa da vida.
    Ou seja, é bastante importante dar o devido valor a cada pessoa e saber realizar determinadas ações tendo em conta se de alguma forma pode magoar alguém. É sempre importante ter isso em conta, algo que Kant não tinha.
    Filipa Campos Neves nº10 10B

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  8. A ética de Kante tem várias criticas entre as quais: não permitir resolver dilemas morais nem conflitos e esquecer a vertente afetiva que acaba por influenciar toda a nossa vida em sociedade. Para além disso, é muito formal e rigida e aceita apenas uma só cultura, não dando importãncia à diversidade de culturas existente (segue o imperativo categórico). Por fim, não dá importância às perspetivas particulares do ser humano e esquece que a responsabilidade moral não se aplica apenas à própria ação mas também às suas consequências.

    Rita Cardoso n22 10f

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  9. Na Ética Kantiana é impossível de resolver situações de conflito moral . Se duas opções não correspondem ao dever, a ética de Kant não nos ajudaria a resolver esse problema pois ambas as opções são moralmente incorretas.
    Kant não se importa com as consequências pois de acordo com esta moral não é um critério adequado para avaliar se a ação é boa ou má. Só agindo com a intenção de cumprir o dever é que agimos bem.
    Ana Rocha nº3 10ºG.

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  10. Na Ética Kantiana é impossível de resolver situações de conflito moral . Se duas opções não correspondem ao dever, a ética de Kant não nos ajudaria a resolver esse problema pois ambas as opções são moralmente incorretas.
    Kant não se importa com as consequências pois de acordo com esta moral não é um critério adequado para avaliar se a ação é boa ou má. Só agindo com a intenção de cumprir o dever é que agimos bem.
    Ana Rocha nº3 10ºG.

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  11. Algumas critícas podem ser apontadas à ética Kantiana. Por exemplo, muitas vexes é impossível não olhar para a consequência da ação, as emoções e os sentimntos estão muitas vezes presentes na ação e não poem ser ignoradas.
    Para além disso o formalismo Kantiano pode ser considerado desumano:Se as pessoas fossem exclusivamente motivadas pela obediência ao dever moral teriam relações frias e desapegadas, sendo difícil perspetivar a vida familiar sem afeto, ou aceitar que as pessoas conseguissem ter relacionamentos significativos sem amor. Casar por amor pode tornar-se numa lei universal? Se sim, não estaríamos perante uma máxima que contraria a lei moral?

    Dinis nº7 10ºB

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  12. A moral de Kant é uma moral que se interessa pela intenção do do agente moral.
    Para uma ação ser moralmente correta o agente tem de cumprir o imperativo categórico, ou seja , a ação tem de ser feita por dever e não em conformidade com o dever. Mas esta moral tem pontos fracos porque é uma moral muito formal e rígida,pois todos os agentes formais têm de cumprir as mesmas regras da mesma forma; despreza as circunstâncias particulares do agente, pois este tem sempre de cumprir o dever pelo dever; é uma moral insensível das consequências, pois só pensa na intenção que levou o agente a fazer aquele tipo de ação; não resolve conflitos morais, numa situação em que esteja em causa dois deveres absolutos,Kant não dá solução para qual dever deve ser escolhido porque não é moralmente correto ir contra o dever; e por fim, Kant pressupõe uma só cultura, uma cultura à escala universal e planetária.
    Ana Rita Araújo n°1 / 10°B

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  13. O objetivo será analisar o imperativo categórico como
    fundamento do dever ser interno das condutas moral e jurídica,
    questionando-se a validade desse atributo de imperatividade
    autoconsciente da ação no contexto das avaliações éticas da intenção do
    indivíduo. Com este estudo, almeja-se demonstrar, do ponto de vista
    primordialmente psicanalítico, a necessidade de uma superestrutura da
    consciência para que o indivíduo possa construir a sua intencionalidade dentro dos limites da norma reguladora de conduta, o que seria impossível de se estruturar na psique, de acordo com a proposta de Kant: a impossibilidade dessa construção aponta para a invalidade do imperativo categórico como fundamento do dever ser interno. Diante do silêncio do próprio argumento kantiano, buscar-se-á identificar o que permite, internamente ao indivíduo, a prática da ação ética como se fosse um movimento natural possível que corresponde às suas intenções práticas
    fundamentais, e não somente ao dever ser externo.
    Rodrigo Gomes, Nº26, 10ºB

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