Que críticas podemos indicar à moral de Mill?

Stuart Mill, um filósofo que apresentou a teoria teleológica, fundamentou-a em três pilares: o Hedonismo, a consequência e a imparcialidade, os quais sustentam um valor em comum: a felicidade do maior número de pessoas. Sendo assim, já à partida conseguimos identificar uma crítica à moral miliana: a felicidade de uma ação varia de indivíduo para indivíduo e, consequentemente, de cultura para cultura. O que nos pode trazer felicidade, pode aacabar com a felicidade do outro. Aliás: “Quando a liberdade de alguém começa, a de outro acaba”, sendo este conceito de felicidade fraco e subjetivo. Mesmo considerando a felicidade ideal como a felicidade do maior número de pessoas, existem diversas críticas a esta filosofia.
Para começar, se a consequência é o princípio de qualquer ação, então a moral consequencialista: “não olha a meios para atingir fins”. Por exemplo, se matar, roubar, torturar ou mentir trouxer a felicidade geral, então essa ação é moral. Sendo assim, é moral um assassinato, é moral uma mentira, é moral o uso do desvalor. Logo, podemos afirmir que Mill aceita a prática de ações imorais as quais não respeitam a lei, ou o próprio indivíduo. Os milianos, defensores da moral consequencialista, também têm uma atitude hipócrita. Esta hipócrisia miliana vem do facto de Mill considerar que uma ação pode ser moral se uma pessoa for usada como “bode expiatório”, desde que contribua para a felicidade geral. Obviamente, a hipócrisia aqui presente vem do facto que, um miliano era capaz de sacrificar alguém pela “felicidade comum”, mas muito provavelmente seria incapaz de se autossacrificar! Aliás, esta felicidade dos milianos é uma pseudofelicidade. 

Francisco Campos, nº12, 10ºC






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