OS VALORES


Há três dimensões axiológicas fundamentais: valores éticos, estéticos e religiosos.
Preferência valorativa é o próprio ato de valoração, é a atribuição de valor, uma atitude que nos leva a tomar posição perante as coisas, os acontecimentos, as pessoas. Estas atitudes preferenciais estão sempre presentes em todos os momentos da nossa vida. Quando fazemos opções, quando fazemos rejeições, quando construímos projetos e tomamos decisões, as nossas preferências estão lá enraizadas em valores. Os valores orientam a nossa vida, ajudam-nos a tomar posição são por isso guias fundamentais da ação humana.
Um aspeto importante dos valores é a polaridade. A um valor positivo corresponde sempre um valor negativo. Podemos usar a palavra desvalor para designar os valores negativos como a injustiça, a traição, a fealdade.
Os valores organizam-se em escalas de acordo com a importância relativa que lhes atribuímos. Todos os valores valem, mas uns valem mais do que os outros. É de acordo com uma hierarquia de valores que orientamos as nossas escolhas. Cada um de nós elege certos valores como superiores a outros. Para alguns a liberdade será superior à vida, por isso há quem dê a sua própria vida pela liberdade; para outros a beleza será superior à santidade. As hierarquias não são nem rígidas nem pré-determinadas, são construções dos indivíduos e das sociedades sujeitas a alterações, ajustamentos e inversões
Não pensamos a realidade sempre do mesmo modo. Podemos descrevê-la em termos factuais ou avaliá-la de acordo com valores. Podemos, perante a realidade, adotar duas posições: uma posição de distanciamento que se dirige essencialmente para o conhecimento (Lisboa é a capital de Portugal), mas podemos também tomar uma posição pela qual o mundo nos parece marcado pelo interesse que prestamos às suas partes, aos seus constituintes e damos forma às nossas preferências(Lisboa é a cidade mais bonita do mundo).
Se esta apreciação pode ou não ser verificada à semelhança do que acontece com os juízos de facto, é uma questão filosófica complexa que entronca num dos debates centrais da teoria dos valores - a subjetividade ou a objetividade dos juízos de valor?
Para o subjetivismo a verdade dos juízos de valor depende exclusivamente do sujeito que avalia por isso a verdade é relativa a cada um dos sujeitos que avalia.
Para o objetivismo a verdade dos juízos de valor é independente dos estados mentais ou dos sentimentos dos indivíduos que avaliam. Assim, a verdade dos juízos de valor é absoluta, mesmo que possa ser difícil chegar a consenso quanto a estas matérias.
Texto adaptado, Margarida Moreira, Filosofia 10, Areal Editores.

Comentários

  1. Os valores são padrões que utilizamos para julgar objetos, pessoas e atos. No nosso quotidiano, deparamo-nos constantemente com situações que requerem uma avaliação. Essa avaliação será feita por valores, ou seja, referências que nos permitem exprimir aquilo que pensamos ser mais importante na nossa vida.
    Deste modo, os valores podem ser éticos, estéticos, religiosos, políticos, úteis... Existe no mundo uma grande diversidade de valores. Porém, todos possuem as mesmas características: todos manifestam preferências ou rejeições relativamente a certas ocasiões da vida, assim como também a orientam e guiam a ação humana. Outra característica comum a todos os valores é a sua polaridade, ou seja, a cada valor positivo existente corresponde um valor negativo, também designado desvalor. À beleza opõe-se a fealdade, à paz opõe-se a guerra, à democracia opõe-se a ditadura e assim sucessivamente.
    Agora vou incidir sobre juízos de facto e de valor.
    Os juízos de facto são juízos sobre o estado das coisas, pelo que são totalmente descritivos e podem ser verdadeiros ou falsos, isto é, possuem valor de verdade.
    Por sua vez, os juízos de valor estão direcionados a julgar as coisas por serem boas ou más, agradáveis ou desagradáveis, belas ou feias, assim como também nos auxiliam a perceber como devemos agir. Daí não terem valor de verdade, mas poderem ser positivos ou negativos.
    Assim como o livre-arbítrio gera um dilema entre deterministas radicais e libertistas, a objetividade dos valores também é um assunto controverso na sociedade. Uns acreditam que os valores são subjetivos e outros que são subjetivos. Daqui surge um problema filosófico: São os valores objetivos ou subjectivos?
    Perante esta questão, existem três teorias que tentam arranjar resposta. São essas o subjetivismo moral, o objetivismo moral e o relativismo cultural. O subjetivismo moral defende que não há objetividade nos valores, enquanto que o objetivismo defende o contrário. O relativismo, por sua vez, defende também que não há objetividade nos valores, pois variam de acordo com as diferentes culturas existentes.

    André Mota
    N°3
    10°I

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  2. maria sottomayor 10j n2916 de fevereiro de 2020 às 05:01

    Valores são caracteristicas que definem pessoas e grupos,como os seus respetivos modos de agir em sociedade.Adquiridos do berço ou ao longo da vida, os valores determinam como o individuo é, a sua verdadeira essencia, enquanto ajudam no controle e na manutenção da sociedade também.Geralmente eles não mudam ao longo da vida, mas podem mudar, e quando isso acontece é comum haver uma postura diferente da pessoa em relação ao seu comportameno anterior.
    Os valores morais ditam o funcionamento da sociedade e foram preestabelecidos ao longo dos anos.È um valor moral não trair, por exmplo. Grande parte da sociedade só consegue viver harmoniosamente graças a estes valores que são até mesmo confundidos com regras e leis.
    Os valores sociais também contribuiem com o convivio das pessoas em sociedade. Dentre eles, o respeito é sem dúvida o maior valor a se destacar nesta categoria,pois sem ele não há meios de superar as diferenças.
    Pode-se dizer que ética corresponde a um algomorado de preceitos e regras que atuam diretamente com o moral das pessoas, motivando ou até mesmo distorcendo príncipios , ética é aquilo que é o mais certo a se fazer.

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  3. Os valores, apesar da aparência, não são completamente naturais. Estes são contruídos, indiretamente, ao ínfimo pormenor, e regulam a convivência e a relação de todos, assim como estão codificados em cada um de nós, fazendo assim parte do senso comum de todos.
    Estes afetam inevitavelmente a conduta das pessoas, transmitindo-lhes um conjuntos de regras e comportamentos, estabelecidos dentro de uma sociedade, defenindo o jeito de ser e agir, independentemente da ética que faz parte de um largo conjunto de valores estipulados naturalmente pela maioria.

    Diogo Almeida
    n°11, 10°i

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  4. Ao considerar os juízos de facto podemos associá—los a realidades factuais (questões não filosóficas), objetivas, que contribuem para a nossa informação, são reais e assim empíricas sujeitas a verificação experimental e como consequência têm valor de verdade e são também demonstrativos, exigindo assim descrição). São, portanto impessoais, problemas fechados e universais.
    Assim sendo, podemos afirmar que "Contra factos não há argumentos".
    Joana Gagliardini, 10°f

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  5. A hierarquia de valores elaborada por cada um de nós vai orientar e determinar as nossas decisões, desejos, opções, influenciando (até um certo ponto) o curso das nossas vidas. A hierarquia de valores que cada indivíduo constrói é, embora pessoal, influenciada pelo seu contexto cultural, civilizacional, temporal e até geográfico. Isto é, alguém que viva num país soalheiro e de clima quente como o Brasil, por exemplo, valorizará mais as atividades ao ar livre, em oposição a alguém que habite na Noruega.

    Encontramos estas "oposições" de hierarquias de valores ao longo da história, por exemplo, a forma como entendemos hoje em dia à infância é algo relativamente recente. Até ao início do século XX as crianças eram vistas como "pequenos adultos". Embora a partir do final do século XVIII os intelectuais tenham começado a questionar o papel da infância enquanto etapa da vida, ao longo de todo o século XIX e em consequência da revolução industrial, o trabalho infantil- reflexo desta diferente perceção da infância- foi uma realidade preponderante nos países da Europa Ocidental.

    A hierarquia e (consequente) valorização pode também divergir de cultura para cultura. Nomeadamente no que toca ao valor da integridade física e da vida. Enquanto nós, países de matriz judaico-cristã, valorizamos, talvez em primeiro lugar a vida e a dignidade da vida, a realidade não é a mesma por exemplo para os muçulmanos, que tantas vezes têm sobreposto o valor da religião ao valor da vida em atentados suicidas, ou para os japoneses pilotos kamikaze na segunda guerra mundial que sobrepunham os valores da pátria ao valor da vida.

    Concluindo, os nossos valores ou como os encaramos (dependendo da teoria defendida) variam consoante o tempo, a sociedade na qual nos integramos, entre outros, e a hierarquização dos valores vai condicionar e/ou motivar a forma como agimos individual e coletivamente.

    Ana Neri Moreira, nº2, 10ºj

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  6. Os valores são qualidades potenciais que resultam da apreciação que um individuo ou a sociedade exerce sobre um objeto. Estes fazem parte do nosso quotidiano, sendo considerados guias da ação. Mas cada individuo não atribui o mesmo valor a todas as coisas. Todos os valores são hierarquizados, dando cada um mais importância a um certo valor, por exemplo eu posso valorizar mais o amor, enquanto a minha irmã dá mais importância à justiça. Por último os valores caracterizam-se por terem dupla face, uma positiva e outra negativa, por exemplo o polo positivo(paz) opõe-se ao polo negativo(guerra).
    João Almeida nº17 10F

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