Em que consiste a teoria institucional da arte?

A teoria inconstitucional da arte destaca-se no contexto em que as obras de arte surgem e são apreciadas. Defendida por Georgie Dickie (1926), que considera existentes dois aspectos comuns a todas as obras de arte: a classificação e a valoracão.
O primeiro aspecto define que todas as obras de arte são artefatos. Por definição, artefato equivale a qualquer objeto que, de qualquer forma, tenha sido modificado ou trabalhado através da intervenção humana. No entanto, para Dickie, a artefactualidade constitui algo que pode ser atribuído aos objetos naturais, sem que esses tenham sido modificados. Ou seja, a exposição intencional de qualquer objeto numa galeria de arte de arte já faz com que seja considerado um artefacto, e assim, venha a ser considerado uma obra de arte. É importante ressaltar que uma obra de
arte necessariamente é um artefacto, mas nem todos os artefactos são obras de arte.
Com efeito, toda a obra de arte possui o estatuto de obra de arte, que lhe foi atribuído por alguém. O estatuto de apreciação é atribuído por pessoas ligadas a esfera artística, ou seja, é avaliado por uma série de pessoas ligadas ao mundo da arte, as quais têm autoridade suficiente para determinar o que deve ou não ser admirado (lembrando que não é obrigatório que um artefacto seja apreciado), através do processo chamado de "batismo", "transformam" (denominam) objetos e artefactos em obras de arte, por meio de exibições, representações e publicações dessas obras.
Em suma, a artefactualidade é uma condição necessária para que algo seja considerado uma obra de arte, mas não é uma condição suficiente, só recebe o título de obra de arte, aquela que satisfazer as condições de artefactualidade e estatuto, simultaneamente. Apesar das objeções, são condições altamente flexíveis, nas quais destaca-se o carácter decisivo do campo cultural no qual a obra se encontra inserida, e no que diz respeito a avaliação da mesma.

Maria Eduarda nº25 11ºK
António Rocha nº3 11ºK

Comentários

  1. Esta teoria baseia-se na importância da comunidade de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado arte. A teoria institucional da arte surgiu na década de 60 e foi sustentada por George Dickie. Apresenta duas questões: «O que é, então, considerado arte?» e ainda «Quem define o que é ou não arte?». A partir disto temos várias objeções como: não permite distinguir a boa arte da má arte, é uma teoria circular, quem está ligado a esta tem a autoridade para atribuir a classificação de obra de arte ao artefacto mas tem de ter razões para o ter e por fim, vai depender do tempo histórico onde se vive.
    Inês Barradas Nº5 11ºJ

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  2. A teoria institucional da arte destaca o contexto em que surgem e são apreciadas as obras de arte. Esta teoria foi defendida, por exemplo, pelo filósofo George Dickie (1926). Este autor considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte, no sentido classificatório e não valorativo:
    - Todas as obras de arte são artefactos, para George Dickie a artefactualidade constitui algo que pode ser atribuído aos objetos naturais, sem que estes tenham sido modificados. Assim a simples exposição intencional de qualquer objeto numa galeria é já um passo para que esse objeto seja tido como um artefacto e venha a ser considerado uma obra de arte;
    - Toda a obra de arte possui o estatuto de obra de arte, ou mais precisamente, o estatuto de candidato à apreciação.
    Maria Manuel Branco nº16, 11ºJ.

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  3. A teoria institucional da arte pertence às teorias não essencialistas, isto é, teorias que não acreditam que exista uma propriedade intrínseca ou essencial a todas as obras de arte, mas virtudes extrínsecas e relacionais.
    Esta conceção foi defendida pelo filósofo grego George Dickie, que pretendia alcançar uma definição de arte em “sentido classificativo”, que indicasse condições necessárias e suficientes.
    Assim, chegou à conclusão que uma obra é considerada arte se, e só se: primeiro, for um artefacto e, segundo, se possuir o estatuto de candidato à apreciação, ou seja, se alguém agir sobre ela em nome de uma dada instituição.
    O primeiro aspeto, que se refere à noção de que toda a arte é um artefacto, é exposta por Dickie, segundo a ideia de que tudo o que é feito pelo Homem, incluindo uma dança ou o ato de escrever, é considerado arte.
    Contudo, inicialmente, Dickie considerava que qualquer objeto natural, como uma pedra ou uma folha, que fosse exposto intencionalmente numa galeria, já era considerado uma obra de arte, apesar de não ter sido modificado pela intervenção do ser humano.
    Adicionalmente, além da artefactualidade, a segunda condição de George Dickie interligava-se com o facto de ele considerar que apenas os galeristas, críticos de arte, artistas e outros agentes ligados a faculdades de artes, revistas de arte, entre outros, estavam aptos a propor um artefacto para candidato a apreciação.
    Assim, quando Dickie se refere a “instituição” refere-se ao “mundo da arte”, sendo o artefacto a futura obra de arte que será aconselhada por alguém para esse tal estatuto.
    Portanto, para G. Dickie, estas eram as duas condições necessárias e suficientes da arte, excluindo, totalmente, os critérios intrínsecos da mesma.


    Francisca Cardoso n15 11J

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