Quais as virtualidades da arte como forma?


  A teoria que melhor classifica a obra de Joana Vasconcelos é a teoria da arte como forma, uma teoria essencialista.
  A teoria da arte como forma significante abandonou a ideia de que existe uma característica que possa ser diretamente encontrada em todas as obras de arte, ou seja, nega o pressuposto implícito de que a essência da arte é uma natureza eterna e imutável e de que seria possível apreender essa essência e definir arte de uma vez por todas.
  Esta teoria surge de uma ideia acerca da natureza da arte em que a obra de arte é um objeto que provoca emoções estéticas no seu público (sendo esta a única característica comum a todas as obras de arte, apontada por Clive Bell). Então, uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas, por meio de uma combinação de linhas e cores que são reconhecidas intuitivamente. Tem de haver alguma propriedade, também ela peculiar a todas as obras, que seja capaz de provocar essa emoção nas pessoas, o que o filósofo define como forma significante, ou seja, obra de arte é aquela que apresenta uma forma significante (sendo o conteúdo irrelevante para a determinação do valor estético; o que caracteriza a obra de arte é a sua forma e não o seu carácter representativo).
Em suma, a obra de Joana Vasconcelos é arte pois a sua obra provoca no espectador a emoção estética (causada pela form signicante)
  Como objeções a esta teoria podemos apontar o facto de que o conceito de forma significante não é clarificado, o que reenvia para o conceito de emoção estética. Posto isto, podemos verificar que a teoria formalista possui um raciocínio circular, isto é, sabemos que a forma é significante porque provoca uma emoção estética (as definições destes conceitos são feitas em função de uma a outra).
  Esta teoria NÃO resolve o problema da definição da arte. Cabem nesta teoria todas as formas de arte, no entanto, também tem limitações. Há pessoas que não sentem nada face a objetos reconhecidos como arte, tornando-se difícil entender o critério da forma significante.
  Por sua vez, esta teoria é considerada uma teoria elitista, pois só algumas pessoas conseguem sentir a emoção estética que a obra de arte transmite.
Beatriz Nascimento 11k

Comentários

  1. Excelente comentário Beatriz!

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  2. As teorias essencialistas defendem que existe uma essência de arte, ou seja, que existem propriedades essenciais comuns a todas as obras de arte e que , por sua vez,apenas nas obras de arte se encontram.
    A teoria da arte como forma ,descarta a possibilidade de apenas haver uma característica comum presente em todas as obras de arte. Esta teoria é defendida por Clive Bell, que acredita que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia. A característica comum a todas as obras de arte só pode ser identificada por intermédio de um tipo de emoção peculiar, chamada por Clive Bell ,de emoção estética. De acordo com a sua teoria formalista: uma obra é arte, se e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas. Assim sendo, e tendo em conta a definição dada, a característica de provocar emoções estéticas constitui, simultaneamente, a condição necessária e suficiente para que um objeto seja uma obra de arte.
    Contudo, se essa emoção peculiar chamada de emoção estética é provocada pelas obras de arte, e somente por elas, então tem de haver alguma propriedade também ela peculiar a todas as obras de arte, que seja capaz de provocar tal emoção nas pessoas. O filósofo Clive Bell afirma que sim e diz que é a forma significante.
    Esta teoria apresenta uma grande vantagem mas também enormes dificuldades. A grande vantagem é poder incluir todo o tipo de obras de arte, inclusivamente as obras que exemplifiquem formas de arte ainda por inventar, desde que provoque emoções estéticas qualquer objecto é uma obra de arte.
    Por outro lado, há pessoas que não sentem qualquer tipo de emoções perante certas obras de arte isto leva a um dilema, quer dizer que essas obras de arte podem ser arte para uns mas para outros não?
    Assim sendo, esta teoria, tal como outras, não consegue sustentar de forma exaustiva e abrangente a sua aplicabilidade de forma infalível.
    Matilde Dincã, nº18, 11ºJ

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  3. Para Clive Bell, defensor da teoria da arte como forma (teoria essencialista- defende a existência de propriedades essenciais ou intrínsecas comuns a todas as obras de arte), a emoção estética decorre de uma qualidade que todas as obras de arte possuem: a forma significante. Esta diz respeito à relação existente entre as partes (mais notório nas arte visuais), ou seja, algo é arte se, através da forma significante, provocar uma emoção estética. A forma significante consiste num conjunto de relações e combinações de linhas, formas e cores com o objetivo de despertar o interesse do espectador. No entanto, existem algumas objeções a esta teoria, tais como: existem objetos considerados arte que não se distinguem visualmente de outros que não o são, como o mesmo objeto no nosso quotidiano; pressupõe a existência da "emoção estética" (o que muitos críticos negam) e afirma que esta só pode ser provocada por obras de arte, contudo esta também pode ser provocada por outras coisas, como uma paisagem; e esta teoria não pode ser refutada, visto que se alguém afirmar ter desfrutado de uma obra de arte e que não sentiu nenhuma emoção estética, os defensores desta teoria dirão que essa pessoa está errada, mas se o objeto não despertar emoção estética a um crítico, então esse objeto não pode ser considerado uma obra de arte.

    Ana Rita Silva, 11°J

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  4. Embora possa ser refutada com diversas objeções, a teoria da arte como forma defendida por Clive Bell apresenta muitas virtudes e é, para mim, a que se apresenta mais próxima de definir o conceito de arte por ser tão abrangente.
    Começo, assim, por referir que um dos pontos a favor desta teoria é, sem dúvida, o facto de se poder aplicar a qualquer tipo de arte. Isto porque não assume que todas as obras tenham que possuir uma característica específica (por exemplo uma cor), mas sim que as obras têm de provocar emoção estética pela sua forma significante. Estes conceitos, tanto o da forma significante como o da emoção estética, apesar de dificilmente definidos pois apresentam-se num raciocínio circular, constituem uma condição necessária e suficiente, conferindo clareza à arte - provocar emoção estética, sendo que esta não tem necessariamente de ser a emoção sentida pelo autor da obra.
    Concluo dizendo que, apesar de esta teoria se apresentar perto da possível definição de arte, o assunto continua aberto e, enquanto pensadores como Weitz assumem que a arte não pode ser definida, outros criticam-no pois assumem que todas as obras de arte possuem "parecença familiar" e que deve existir um denominador comum a todas, embora este denominador ainda não tenha sido descoberto.

    Mª Isabel Marques de Aguiar nº15 11ºK

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  5. Clive Bell, defensor da teoria da arte como forma, uma teoria essencialista que defende que existem propriedades essenciais comuns a todas as obras de arte e que só nas obras de arte se encontram. Esta teoria é considerada mais mais elaborada, mais recente e aplica-se a qualquer tipo de arte. Considera que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas no sujeito que a vai então apreciar. A característica comum a todas as obras de arte é identificada através de uma emoção estética, que elas, e só elas, podem provocar em nós e para além disso uma obra é arte se provocar nas pessoas emoções estéticas. Tanto a emoção estética como a forma significante apresentam-se num raciocínio circular. Uma grande vantagem é que identifica o tipo de emoção específica da obra de arte e uma desvantagem é que, é pouco esclarecedora acerca da definição do que é a forma significante.
    Inês Barradas Nº5 11ºJ

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  6. Para o crítico de arte Clive Bell , a emoção estética desencadeada no espectador pelas verdadeiras obras de arte, decorre de uma qualidade que estas obras possuem, como a forma significante que nos diz respeito à relação existente entre as partes o que é sobretudo notório nas artes visuais, embora se aplique a qualquer outro tipo de artes. Assim qualquer coisa é arte se, e somente se, provocar uma emoção na pessoa que a observe. Também as obras de artes visuais tem uma forma bem significante pois consiste num conjunto de relações e combinações de linhas, formas e cores, isto significa que aquilo que é representado tem como objetivo e função para saber se a obra é relevante ou não para ser apreciada como uma obra de arte . A forma significante desperta o interesse do espectador, tendo as obras de arte sido concebidas com o propósito principal de exibirem essa forma, o que lhes confere um determinado estatuto. Esta propriedade de obras de arte é indefinível, mas pode ser reconhecida de um modo intuitivo.

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