As respostas que fizeram filosofia

 


 

Grupo II – resposta curta e objetiva

 

1)    O autor do texto, Peter Singer, crítica a tese do relativismo moral que defende a tese: “Culturas diferentes têm códigos morais diferentes”, ou seja, cada cultura tem os seus costumes e nós enquanto pessoas fora dessa cultura devemos apenas tolerar tais costumes. Em primeiro lugar o autor cita “uma vez aceite que há espaço para a argumentação racional na ética (…) podemos também perguntar se os valores que propalamos são sólidos, defensáveis e justificáveis” - ao referir esta parte, Peter Singer defende que por termos a capacidade de pensar e questionar vários assuntos individualmente, também devemos interpelar e questionar as práticas de outras culturas. Esta ideia crítica aquilo que um relativista defende que é o respeito de todas as práticas culturais. Para além disso, é lançada a ideia de que atos com conotações negativas (“…Alemanha nazi contra judeus, ciganos,…”) não são úteis e como tal não devem ser preservados nem tolerados porque desse modo caímos na indiferença.

 

2)    Em contexto filosófico, uma ação é desempenhada por um agente e tem necessariamente de ser voluntária, intencional e consciente. Antes da sua execução existe todo um processo de deliberação que requer uma avaliação dos aspetos positivos e negativos para, posteriormente, procedermos à decisão. Tal como a última frase do texto refere “…nem tudo o que realizamos é uma ação”, como é o caso de tropeçarmos e cairmos. Isto não é uma ação porque não foi um ato voluntário nem intencional.

 

3)    Um juízo de valor presente no texto é: “Continuou com uma guerra de atrição cruel e devastadora…”, uma vez que é uma afirmação pessoal, subjetiva porque varia de sujeito para sujeito, sendo também questionável sustentada numa argumentação que por vezes se torna polémica. Por outro lado, a frase “O sucesso da resistência ucraniana levou a Rússia a escalar a violência contra os civis.” é um juízo de facto por ser indiscutível, objetivo, absoluto e impessoal pois é universal e aceite por todos.

 

Grupo III – resposta extensa e orientada

 

  Neste ensaio filosófico irei começar por abordar a tese do problema do livre-arbítrio que levanta a questão: Será que a ação é livre? James Rachels é um crítico do determinismo radical. Nesta sequência pretendo apresentar a tese deste autor e, por fim, irei partilhar o meu ponto de vista. James Rachels questiona algumas das ideias defendidas pelo determinismo radical (“Se as nossas ações não estão determinadas causalmente, como surgirão supostamente?) apresentando em seguida a sua discordância em relação ao libertismo, teoria que defende uma liberdade absoluta. O autor discorda da ideia de que “o cérebro opera à margem da rede causal do mundo”. Por isso, é percetível que o autor critica, parcialmente, o determinismo radical e o libertismo. Na verdade, James Rachels apoia uma tese, baseada no compatibilismo, entre o determinismo e o libertismo, ou seja, o determinismo moderado. Esta teoria acredita na coexistência do libertismo e do determinismo nas nossas ações e que é impossível que não hajam algumas das nossas ações influenciadas por aspetos históricos, culturais e biológicos. É pelo facto do autor não concordar com a existência de um total determinismo ou total libertismo que leva a concluir que ele defenderá o determinismo moderado. Tendo em conta as ideias que o determinismo moderado apresenta, penso que será a teoria mais credível e compatível com o mundo real, uma vez que a cultura onde nascemos, por exemplo, acaba por indiscutivelmente influenciar algumas das nossas ações, mas por outro lado não deixamos de pensar e agir livremente no nosso quotidiano porque somos dotados de razão.

Em suma, é notável a defesa da teoria do determinismo moderado por parte do autor e a sua discordância com aquilo que são os ideais e teses do determinismo radical que nega a responsabilidade do agente e do libertismo que afirma a responsabilidade do agente. Além disso, é importante perceber que nem estamos totalmente determinados a agir de uma maneira, nem que temos total controlo sobre aquilo que são os nossos comportamentos.

                                                                                         Maria Mendes, nº16, 10ºB

Comentários