Por que razão a dúvida cartesiana não é cética?

 


A dúvida cartesiana constitui uma exigência da razão que inicia a aplicação do método para chegar a um conhecimento “indubitável” e seguro. Assim, a dúvida é metódica porque Descartes recusa todas as crenças em relação às quais se levante a mínima suspeita de incerteza. Com efeito, a dúvida é posta ao serviço da verdade e da procura de uma justificação para as nossas crenças. A dúvida universal e radical porque incide sobre todas as nossas crenças (a priori e a posteriori) pondo em questão a possibilidade de construir o conhecimento. A dúvida é voluntária, Descartes tomou a iniciativa de pôr tudo em causa. A dúvida é hiperbólica porque é exagerada. Descartes põe a hipótese de um génio maligno que se diverte a enganá-lo.

Da dúvida mais extremada nasce a primeira verdade indubitável pois se Descartes duvida, tem que existir como ser pensante, como uma res cogitans, uma coisa que pensa. Não podemos admitir um ser que pensa sem existir. A duvida é então provisória porque  chega a uma certeza absoluta por intuição racional por isso não é cética.

                                                                                                                 Teresa Sant’Ana - 10º J


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