VI - DEUS EXISTE? - Texto argumentativo

 


Faz parte da condição humana questionarmos sobre o sentido da nossa existência.  Ao longo do tempo a pergunta “Será que Deus existe?” suscitou o interesse e a curiosidade de vários filósofos que tentavam encontrar uma resposta a este problema. Esta questão abre as portas à discussão e ainda persiste na atualidade. Nesta argumentação, iremos apresentar a tese de Pascal que visa defender a existência de um Deus teísta: omnipotente, todo-poderoso; omnisciente, sábio; e moralmente perfeito, sumamente bom. Posteriormente será apresentada uma objeção, assim como uma resposta à mesma objeção. Por fim apresentaremos a nossa perspetiva pessoal.

Pascal, matemático do século XVII, acredita que a fé é o elemento central da crença em Deus e, portanto, é uma aposta na vida e na felicidade eterna. Formula um argumento através do cálculo de probabilidades: Se acreditarmos em Deus e estivermos certos, teremos um ganho infinito, a salvação; se acreditarmos em Deus e estivermos errados, teremos uma perda finita, durante a vida terrena desperdiçamos tempo com crenças e não desfrutamos de alguns prazeres mundanos; se não acreditarmos em Deus e estivermos certos, teremos um ganho finito, a liberdade de gozar os prazeres da vida sem temer o castigo divino; se não acreditamos e Deus e estivermos errados, teremos uma perda infinita, perdemos a possibilidade da vida eterna e o risco da condenação eterna. Segundo esta perspetiva e colocados perante estas opções, (se queremos maximizar os ganhos possíveis e minimizar as perdas possíveis) a atitude mais sensata será acreditar que Deus existe.

Uma possível objeção a esta teoria é o facto de a crença não se poder reduzir a uma mera aposta, um jogo de probabilidades calculado com uma finalidade, servir interesses pessoais.

O facto de esta tese não provar a existência de Deus, mas apenas apresentar as vantagens e desvantagens nessa crença é também um contra-argumento.

Contudo, Pascal frisa que “Se há um Deus, ele está infinitamente para lá da nossa compreensão, uma vez que, sendo indivisível e sem limites, não tem qualquer relação connosco. Somos, portanto, incapazes de saber o que ele é e se é.” Pascal defende que chegamos Deus pela fé sendo esta suficiente para acreditarmos daí o argumento ser conhecido por fideísmo de Pascal. Nem a razão nem a experiência são capazes de provar seja o que for no domínio da metafísica.

Concluindo, a nosso ver este argumento tem um caráter utilitário e interesseiro. Uma devoção religiosa não deve ser baseada num mero cálculo de custos e benefícios. Estará Deus disposto a permitir uma recompensa infinita a quem usa a fé numa atitude calculista?

11ºC - Isabel Teixeira nº5, Maria Luís nº8 e Sofia Sousa nº17

 

 

 


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