Faz parte da condição
humana questionarmos sobre o sentido da nossa existência. Ao longo do tempo a pergunta “Será que Deus
existe?” suscitou o interesse e a curiosidade de vários filósofos que tentavam
encontrar uma resposta a este problema. Esta questão abre as portas à discussão
e ainda persiste na atualidade. Nesta argumentação, iremos apresentar a tese de
Pascal que visa defender a existência de um Deus teísta: omnipotente, todo-poderoso;
omnisciente, sábio; e moralmente perfeito, sumamente bom. Posteriormente será
apresentada uma objeção, assim como uma resposta à mesma objeção. Por fim
apresentaremos a nossa perspetiva pessoal.
Pascal, matemático do século XVII,
acredita que a fé é o elemento central da crença em Deus e, portanto, é uma
aposta na vida e na felicidade eterna. Formula um argumento através do cálculo
de probabilidades: Se acreditarmos em Deus e estivermos certos, teremos um ganho
infinito, a salvação; se acreditarmos em Deus e estivermos errados, teremos uma
perda finita, durante a vida terrena desperdiçamos tempo com crenças e não
desfrutamos de alguns prazeres mundanos; se não acreditarmos em Deus e
estivermos certos, teremos um ganho finito, a liberdade de gozar os prazeres da
vida sem temer o castigo divino; se não acreditamos e Deus e estivermos
errados, teremos uma perda infinita, perdemos a possibilidade da vida eterna e
o risco da condenação eterna. Segundo
esta perspetiva e colocados perante estas opções, (se queremos maximizar os
ganhos possíveis e minimizar as perdas possíveis) a atitude mais sensata será
acreditar que Deus existe.
Uma possível objeção a esta teoria é o facto
de a crença não se poder reduzir a uma mera aposta, um jogo de probabilidades
calculado com uma finalidade, servir interesses pessoais.
O facto de esta tese não provar a existência
de Deus, mas apenas apresentar as vantagens e desvantagens nessa crença é
também um contra-argumento.
Contudo, Pascal frisa que “Se há um Deus, ele
está infinitamente para lá da nossa compreensão, uma vez que, sendo indivisível
e sem limites, não tem qualquer relação connosco. Somos, portanto, incapazes de
saber o que ele é e se é.” Pascal defende que chegamos Deus pela fé sendo esta
suficiente para acreditarmos daí o argumento ser conhecido por fideísmo de
Pascal. Nem a razão nem a experiência são capazes de provar seja o que for no
domínio da metafísica.
Concluindo, a nosso ver este argumento tem um caráter utilitário e
interesseiro. Uma devoção religiosa não deve ser baseada num mero cálculo de
custos e benefícios. Estará Deus disposto a permitir uma recompensa infinita a
quem usa a fé numa atitude calculista?
11ºC - Isabel Teixeira
nº5, Maria Luís nº8 e Sofia Sousa nº17
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