Para o relativismo
cultural não há critérios universais de bem e de mal, apenas opiniões que
variam de cultura para cultura. É uma perspetiva que analisa as diferentes
culturas de um modo neutro, sem emitir julgamentos porque procura compreender
os comportamentos respeitando/tolerando a dinâmica social de cada cultura não
considerando a existência de culturas superiores ou inferiores. Contra o
etnocentrismo afirma que não há uma verdade absoluta, nem no campo moral nem no
campo cultural por isso “culturas diferentes têm códigos morais diferentes”.
Porém, este modo de
pensar, por muito neutro que aparente ser, acaba por se revelar contraditório
pois, se “tudo é relativo” a afirmação anterior seria relativa também, não
havendo um consenso ético universal.
Se concordamos com o
relativismo cultural, não podemos julgar ou muito menos intervir numa cultura
que cometa atos contra a dignidade humana. Um bom exemplo disto seria a
mutilação genital feminina, uma prática executada em culturas concentradas em
países na África e no Oriente Médio. Por muito que devamos respeitar as
culturas, esta prática não trás quaisquer benefícios ao ser humano, pelo
contrário, pode causar danos mentais e físicos muito graves. Esta tolerância revela
uma atitude de indiferença face ao sofrimento alheio. Deve haver alternativas
para manter a pureza que estas culturas pretendem alcançar, uma vez que
sujeitar o ser humano a este tipo de danos contradiz com o seu direito à
liberdade e segurança. Ao sermos relativistas não podemos condenar os costumes
das outras sociedades e temos que adotar uma postura conformista aceitar normas
acriticamente e estagnarem nome do conservadorismo.
Em conclusão, alinho-me na
posição interculturalista, que refuta este modo de pensar e promove o diálogo
intercultural e a partilha de valores, com moralidade e respeito, e considero
que é o modo mais correto de pensar, visto que só trás bem-estar e benefícios
para qualquer um, independentemente da sua cultura origem. O diálogo
intercultural substitui o confronto pelo diálogo e procura um fundamento sólido
para os direitos humanos numa perspetiva civilizada e evolutiva que visa
aproximar todos os homens.
Frederica Rocha, nº10,
10ºJ
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