10ºJ - O que é o relativismo cultural e quais são os seus pontos fracos?

 



Para o relativismo cultural não há critérios universais de bem e de mal, apenas opiniões que variam de cultura para cultura. É uma perspetiva que analisa as diferentes culturas de um modo neutro, sem emitir julgamentos porque procura compreender os comportamentos respeitando/tolerando a dinâmica social de cada cultura não considerando a existência de culturas superiores ou inferiores. Contra o etnocentrismo afirma que não há uma verdade absoluta, nem no campo moral nem no campo cultural por isso “culturas diferentes têm códigos morais diferentes”.

Porém, este modo de pensar, por muito neutro que aparente ser, acaba por se revelar contraditório pois, se “tudo é relativo” a afirmação anterior seria relativa também, não havendo um consenso ético universal.

Se concordamos com o relativismo cultural, não podemos julgar ou muito menos intervir numa cultura que cometa atos contra a dignidade humana. Um bom exemplo disto seria a mutilação genital feminina, uma prática executada em culturas concentradas em países na África e no Oriente Médio. Por muito que devamos respeitar as culturas, esta prática não trás quaisquer benefícios ao ser humano, pelo contrário, pode causar danos mentais e físicos muito graves. Esta tolerância revela uma atitude de indiferença face ao sofrimento alheio. Deve haver alternativas para manter a pureza que estas culturas pretendem alcançar, uma vez que sujeitar o ser humano a este tipo de danos contradiz com o seu direito à liberdade e segurança. Ao sermos relativistas não podemos condenar os costumes das outras sociedades e temos que adotar uma postura conformista aceitar normas acriticamente e estagnarem nome do conservadorismo.

Em conclusão, alinho-me na posição interculturalista, que refuta este modo de pensar e promove o diálogo intercultural e a partilha de valores, com moralidade e respeito, e considero que é o modo mais correto de pensar, visto que só trás bem-estar e benefícios para qualquer um, independentemente da sua cultura origem. O diálogo intercultural substitui o confronto pelo diálogo e procura um fundamento sólido para os direitos humanos numa perspetiva civilizada e evolutiva que visa aproximar todos os homens.

 

Frederica Rocha, nº10, 10ºJ

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