A crítica à definição tradicional de conhecimento de Edmund Gettier

 

A definição tradicional do conhecimento tem por base três condições essenciais para que haja conhecimento. Sendo estas, a crença (doxa), a verdade da crença (aletheia) e a justificação da crença (argumento/logos). Assim, para que haja conhecimento precisamos de ter uma crença, acreditar que algo existe, sendo esta uma condição necessária, mas não suficiente para que passemos a ter conhecimento. Ligada à crença, encontra-se a sua verdade, ou seja, para além de precisarmos de acreditar que algo existe para obtermos conhecimento, é fundamental e necessário que essa crença seja verdadeira, isto é, tenha adequação à realidade. Por fim, também é importante que essa crença seja justificada, porque acreditarmos em algo sem apresentarmos razões ou provas evidentes que justifiquem essa crença, não é conhecimento. Logo, o conhecimento é uma crença, verdadeira, justificada se estas condições estiverem simultaneamente presentes. Porém, Edmund Gettier, apresentou contraexemplos à definição tripartida do conhecimento, afirmando que existem crenças, verdadeiras, justificadas, que não aparentam ser casos em que esteja implícito o conhecimento. Sendo assim, para Gettier, pode haver uma crença, verdadeira, justificada que não é conhecimento, é simplesmente, fruto do acaso ou mera sorte. Isto é assim porque podemos deduzir proposições verdadeiras a partir de proposições falsas.

Benedita Silva, n.1, 11.C

 

 

Comentários

  1. A concepção tradicional de conhecimento de Platão, é também conhecida por definição tripartida do conhecimento porque apresenta três condições para que exista conhecimento.

    Para um conhecimento ser verdadeiro tem de ser uma crença verdadeira e justificada com base em algo exterior à crença.

    Uma crença falsa não corresponde a qualquer conhecimento, ainda que aquela que a possui julgue deter o conhecimento.

    A crença ou opinião (doxa) é uma atitude de adesão a uma determinada proposição, tomando-a como verdadeira.
    O conhecimento parte de uma convicção do sujeito relativamente ao objeto. A crença é uma condição necessária, mas não suficiente, do conhecimento. As crenças podem ser verdadeiras ou falsas. 

    Assim como a crença (doxa), também a verdade (aletheia) e a justificação (argumento/logos) são necessárias. No entanto nenhuma delas é suficiente.


    Edmund Gettier refutou a definição tripartida apresentada por Pascal ao apresentar contraexemplos declarando que é possível a existência de uma crença verdadeira justificada que não é conhecimento. Com efeito a crença não significa que haja conhecimento, uma vez que podem existir crenças verdadeiras justificadas acidentalmente, ou seja, o conhecimento pode ser apenas fruto da sorte, do acaso ou coincidência.


    Rita Folha, 11°C

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