“O senso comum julga-se dono de verdades eternas (…) guarda as suas verdades com zelo e recusa-se a aceitar as teorias científicas que as contradigam. (…) acredita que diferentes pessoas ao ver o mesmo fenómeno, veem sempre a mesma coisa. Isto é um puro equívoco. A expressão: eu vi com os meus próprios olhos, não oferece garantia alguma de que seja verdade o que se diz.”
Newton Freire Maia, A ciência por Dentro, S. Paulo, Edições Vozes, 1991.
– Que características do senso comum mais se adequam à expressão do texto: “o senso comum julga-se dono de verdades eternas”. Responda à questão explicando porque é que a expressão: “eu vi com os meus próprios olhos”, não oferece garantia de verdade.
O conhecimento
retratado no texto é o senso comum ou conhecimento vulgar. Este é um tipo de
conhecimento essencialmente práticoporque nos ajuda a orientar a nossa vida prática. É qualitativo e ingénuo porque aceita o que existe nua perspetiva dogmática e conservadora. Por exemplo, é com base no senso comum que sabemos
que os dias de verão são, por norma, mais quentes. Como podemos ver no texto “o
calor é aquela coisa que vem do sol para a terra e que aquece nos dias quentes…”. Tem como ponto de partida as impressões imediatas que obtemos dos objetos e da realidade e por
não haver grandes preocupações de o justificar, o conhecimento vulgar é um
conhecimento superficial, pouco ou nada aprofundado, e, por vezes, erróneo na interpretação da realidade porque é subjetivo. “Do calor sabes tanto que nada sabes” E, por fim, ao contrário do conhecimento
científico, não decorre de investigações planificadas e apoiadas em testes
experimentais, desenvolvidos ou não em laboratório, é, portanto, um
conhecimento imetódico e não disciplinar. “Para medir o calor, saiba vossa
mercê que tiro o casaco e camisa e muito verto pelos poros se ele aperta(…)”.
Margarida
Pizarro,11ºF
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