11º ano - Os textos que fizeram filosofia - as melhores respostas do teste

 



 
“A ciência normal nunca tem como objetivo descobrir novos tipos de fenómenos; nem tão pouco os cientistas querem normalmente inventar novas teorias, sendo até muitas vezes intolerantes em relação às novas teorias inventadas por outros.”

Thomas Kuhn, A estrutura da revoluções científicas, Lisboa, Guerra e Paz

2 – Partindo do texto explique a conceção de ciência de Thomas Kuhn, identificando o critério da verdade científica. Justifique a resposta.


Para Thomas Kuhn, a ciência tem como base um paradigma, aceite pela comunidade científica. A ciência normal é o período no qual os cientistas utilizam as teorias do paradigma dominante para "resolver puzzles e enigmas" assumindo uma atitude dogmática. Kuhn é um externalista, porque não  procura o erro nas teorias, "nunca tem como objetivo descobrir novos tipos de fenómeno; nem tão pouco os cientistas querem normalmente inventar novas teorias"; a comunidade científica é conservadora e resistente à mudança de paradigma ("sendo até muitas vezes intolerantes em relação a novas teorias"). O critério de verdade científica é o critério da verificabilidade das hipóteses, isto é, através de experimentação de hipóteses a comunidade visa provar que são verdadeiras e o cientista generaliza a sua hipótese, se passar nos testes, tornando-a uma lei universal. No entanto, Kuhn acredita que, às vezes, o paradigma é confrontado com anomalias, problemas que o paradigma não consegue resolver, mas estas anomalias só põem em causa o paradigma quando há uma acumulação excessiva que leva  a um período de crise. Nestes casos, a comunidade científica reúne de emergência e tenta encontrar uma das duas soluções: a manutenção do paradigma vigente ou a criação de um novo. Esta fase é denominada de período de ciência extraordinária, à qual se segue um período de revolução científica, no qual há uma adaptação às novas teorias e pressupostos. Após algum tempo, o novo paradigma é aceite e volta-se a um período de ciência normal. Kuhn salienta o facto de os paradigmas serem incomensuráveis, ou seja incomparáveis devido ao facto de não coexistirem.

Diana  Correia, 11ºE

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