Ao
longo deste ensaio filosófico procuramos discutir se as ações humanas são
livres, e a questão emerge: Será que o Homem é livre? Consideramos que
a discussão deste problema filosófico é importante. Existem três teorias que
defendem este problema do livre arbítrio, o determinismo radical e o libertismo
(ou indeterminismo), são as duas teorias incompatibilistas que se opõem entre
si. O determinismo radical, apoiado pelos cientistas, defende que não há livre
arbítrio e que o universo é determinista. Por sua vez o libertismo, apoiado
pelos filósofos, defende que há livre arbítrio e que só o universo físico é
determinista, a vontade e a consciência não são determinadas pelo fluxo causal
do universo físico. Existe ainda uma outra teoria, o compatibilismo ou
determinismo moderado que defende que as ações são ao mesmo tempo
livres
e determinadas. Esta teoria é uma tentativa de conciliar as teorias anteriores.
Vamos começar por apresentar as perspetivas do determinismo radical, pois
parece-nos ser a mais razoável. De seguida, vamos apresentar os
contra-argumentos desta teoria, e por último, iremos responder à objeção para
defender a nossa perspetiva inicial. Assim, conseguiremos retirar uma conclusão
final que reforce a tese do determinismo radical.
O determinismo radical
explica as ações segundo o mecanismo causa e efeito. Para os defensores desta
teoria a liberdade não tem qualquer sentido. Há várias razões para pensar que é
verdade que a liberdade é apenas uma ilusão e o Homem não dispõe de qualquer
margem de escolha.
Primeiramente, para o
determinismo, tudo o que acontece resulta necessariamente do que aconteceu
antes. As nossas escolhas, que resultam da influência de fatores biológicos e
ambientais, afetam o futuro e influenciam-no, embora sejam determinadas pelo
passado. Em segundo lugar, as nossas ações não dependem de nós, mas sim de
fatores que não podemos controlar, logo não somos livres. O determinismo torna
a ação humana inevitável porque o homem não pode agir de outro modo.
Por exemplo, no caso dos
dois estudantes, Richard e Leopold, os dois não eram culpados do crime que
cometeram, pois não tiveram escolha, o passado de cada um levou-os a cometerem
o crime, por isso não devem ser condenados, uma vez que não podiam ter feito
nada para evitar este acontecimento.
As objeções mais fortes
aos argumentos apresentados são muitas. Para sermos moralmente responsáveis
pelas nossas ações temos que ter livre arbítrio. E se formos moralmente
responsáveis podemos ser castigados. Dado que podemos ser castigados pelas
nossas ações então, temos livre arbítrio. Com efeito, nem sempre conseguimos
abandonar a crença de que somos seres conscientes e livres porque acreditamos
que temos controlo sobre alguns acontecimentos. Rejeitar esta ideia implica
recusar a moralidade e a responsabilidade individual e renunciar a sentimentos
como o orgulho e a vergonha.
Contudo, analisando estas
objeções verificamos que as mesmas não são bem-sucedidas porque todas as ações
humanas estão sujeitas a cadeias causais determinadas pelo passado, estamos
determinados por acontecimentos internos e externos, mas pensamos que as nossas
ações derivam da nossa vontade o que é uma ilusão.
Assim, podemos concluir que as nossas ações não são livres. Fazemos o que o nosso passado determina que façamos e não aquilo que queremos, e nesta medida não podemos ser moralmente responsáveis pelas nossas ações.
Bibliografia: Teles de sousa, Susana, Pinto Ribeiro, Isabel, Areal, Rui, Ágora, Porto Editora, 2021
Trabalho realizado por:
10ºD - Francisco Carvalho nº 8, Francisco Amorim nº 10; Miguel Camelo nº 22, Rita Novo nº 23
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