10º ano - FILOSOFIA - Debate de ideias...

 


Ao longo deste ensaio filosófico procuramos discutir se as ações humanas são livres, e a questão emerge: Será que o Homem é livre? Consideramos que a discussão deste problema filosófico é importante. Existem três teorias que defendem este problema do livre arbítrio, o determinismo radical e o libertismo (ou indeterminismo), são as duas teorias incompatibilistas que se opõem entre si. O determinismo radical, apoiado pelos cientistas, defende que não há livre arbítrio e que o universo é determinista. Por sua vez o libertismo, apoiado pelos filósofos, defende que há livre arbítrio e que só o universo físico é determinista, a vontade e a consciência não são determinadas pelo fluxo causal do universo físico. Existe ainda uma outra teoria, o compatibilismo ou determinismo moderado que defende que as ações são ao mesmo tempo livres e determinadas. Esta teoria é uma tentativa de conciliar as teorias anteriores. Vamos começar por apresentar as perspetivas do determinismo radical, pois parece-nos ser a mais razoável. De seguida, vamos apresentar os contra-argumentos desta teoria, e por último, iremos responder à objeção para defender a nossa perspetiva inicial. Assim, conseguiremos retirar uma conclusão final que reforce a tese do determinismo radical.

O determinismo radical explica as ações segundo o mecanismo causa e efeito. Para os defensores desta teoria a liberdade não tem qualquer sentido. Há várias razões para pensar que é verdade que a liberdade é apenas uma ilusão e o Homem não dispõe de qualquer margem de escolha.

Primeiramente, para o determinismo, tudo o que acontece resulta necessariamente do que aconteceu antes. As nossas escolhas, que resultam da influência de fatores biológicos e ambientais, afetam o futuro e influenciam-no, embora sejam determinadas pelo passado. Em segundo lugar, as nossas ações não dependem de nós, mas sim de fatores que não podemos controlar, logo não somos livres. O determinismo torna a ação humana inevitável porque o homem não pode agir de outro modo.

Por exemplo, no caso dos dois estudantes, Richard e Leopold, os dois não eram culpados do crime que cometeram, pois não tiveram escolha, o passado de cada um levou-os a cometerem o crime, por isso não devem ser condenados, uma vez que não podiam ter feito nada para evitar este acontecimento.

As objeções mais fortes aos argumentos apresentados são muitas. Para sermos moralmente responsáveis pelas nossas ações temos que ter livre arbítrio. E se formos moralmente responsáveis podemos ser castigados. Dado que podemos ser castigados pelas nossas ações então, temos livre arbítrio. Com efeito, nem sempre conseguimos abandonar a crença de que somos seres conscientes e livres porque acreditamos que temos controlo sobre alguns acontecimentos. Rejeitar esta ideia implica recusar a moralidade e a responsabilidade individual e renunciar a sentimentos como o orgulho e a vergonha.

Contudo, analisando estas objeções verificamos que as mesmas não são bem-sucedidas porque todas as ações humanas estão sujeitas a cadeias causais determinadas pelo passado, estamos determinados por acontecimentos internos e externos, mas pensamos que as nossas ações derivam da nossa vontade o que é uma ilusão.

Assim, podemos concluir que as nossas ações não são livres. Fazemos o que o nosso passado determina que façamos e não aquilo que queremos, e nesta medida não podemos ser moralmente responsáveis pelas nossas ações. 

Bibliografia: Teles de sousa, Susana, Pinto Ribeiro, Isabel, Areal, Rui, Ágora, Porto Editora, 2021

Trabalho realizado por: 

10ºD - Francisco Carvalho nº 8, Francisco Amorim nº 10;  Miguel Camelo nº 22, Rita Novo nº 23 


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