- Qual é o itinerário da dúvida cartesiana?


 

O itinerário da dúvida cartesiana é apresentado claramente e de forma metafórica. Descartes, na aplicação da sua dúvida, teve como objetivo central a identificação de uma crença que servisse como fundamento para toda a estrutura do conhecimento. Sendo assim, Descartes, na qualidade de fundacionalista, vai procurar um caminho partindo da dúvida metódica, uma estratégia para chegar ao conhecimento. Assim, a dúvida é radical, provisória, hiperbólica e voluntária e permitiu a Descartes encontrar a base da estrutura gnosiológica. O autor metaforicamente vai esvaziar o cesto das "maçãs", ou seja, as crenças pressupostas, e vai "retomar as maçãs uma a uma para voltar a pôr as boas no cesto e deitar as más ao lixo". Isto é, Descartes vai aplicar uma dúvida universal para colocar tudo em questão e crítica todas as suas crenças até conseguir chegar a uma ideia clara e distinta, ou seja, indubitável, entrando assim, em desacordo com os céticos. Descartes, no processo de extremar a sua dúvida a um nível hiperbólico, chega à possibilidade da existência de um génio maligno que distorce e corrompe a perceção da realidade do filósofo, invalidando todo o seu conhecimento, incluindo as suas crenças a priori e autoevidentes. Porém, desta dúvida mais extrema, Descartes consegue alcançar, por intuição racional, uma verdade indubitável: "Eu penso, logo existo". Ou seja, a partir da presença da sua substância pensante, Descartes confirma completamente a sua existência por intermédio do raciocínio dedutivo sem recorrer à experiência. Esta verdade, ou seja, o cogito, concede a Descartes um critério de verdade que poderá utilizar para validar outras possíveis crenças. O cogito é claro e distinto, é indubitável, é a primeira verdade e é a crença fundacional a priori. Apesar de encontrar esta verdade, o filósofo ainda não tem realmente forma de encontrar outras verdades. Encontra-se fechado no seu próprio eu.

                                                                                Duarte Gouveia, 11ºI

 

Comentários

  1. A dúvida cartesiana, proposta por Descartes, é um elemento central na procura pelo conhecimento e um marco na filosofia. Ao aplicar a sua dúvida metódica, Descartes visa identificar uma crença que possa servir como fundamento inabalável para toda a estrutura do saber. Essa abordagem é claramente uma estratégia fundacionalista, onde ele questiona tudo o que considera certo para chegar a uma conclusão.

    Esse processo de dúvida é radical, provisório, hiperbólico e voluntário. Descartes propõe uma dúvida universal que critica todas as suas crenças, permitindo-lhe chegar a uma ideia clara e distinta, que ele considera indubitável. Nesse caminho,levanta a possibilidade de um "gênio maligno" que distorce a percepção da realidade, colocando em questão todas as verdades que consideramos autoevidentes. Contudo, é justamente dessa dúvida extrema que surge a sua famosa conclusão: "Eu penso, logo existo".

    Essa frase é uma revelação crucial, pois, ao perceber que pode duvidar, Descartes também confirma a sua existência como um ser pensante. O cogito torna-se , assim, a primeira verdade indubitável e a crença fundacional a priori que ele procura. Essa descoberta oferece a Descartes um critério de verdade que pode ser utilizado para validar outras crenças. Matilde Moreira 11i n16

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  2. Francisco Fonseca n5 11F20 de novembro de 2024 às 01:15

    A dúvida cartesiana passa por três etapas:
    -Questiona os 5 sentidos, que podem enganar.
    -Questiona a razão, que pode errar.
    -Supõe um gênio maligno que engana em tudo.
    Chega à certeza: “Penso, logo existo”.
    Francisco Fonseca n5 11F

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