“Será que Deus existe?” Esta
questão tem sido debatida ao longo do tempo sendo relevante para os crentes na
tentativa de encontrarem uma explicação para o sentido da vida. Muitas
características podem ser apresentadas para caracterizar este Deus salvador: sumamente bom, só deseja o bem; transcendente,
porque é uma entidade suprema que está fora de nós; criador, pois criou tudo o
que existe; omnipotente, é todo poderoso; omnisciente, sabe tudo o que é
logicamente possível; omnipresente, está em toda a parte e é também uma pessoa,
ou seja, tem personalidade e vontade própria. A nossa resposta à pergunta de
partida vai incidir no argumento teleológico de William Paley. É nosso
propósito apresentar a tese, uma objeção e uma possível resposta à objeção. No
fim desta argumentação a nossa perspetiva pessoal vai enriquecer esta reflexão
O argumento teleológico, do desígnio ou argumento
do desenho inteligente pretende justificar a existência de um Deus teísta
através de uma analogia que passa por uma estratégia indutiva que amplia o
conhecimento. Segundo William Paley o universo parece um todo onde tudo se encaixa
harmoniosamente. A ordem a estrutura e a organização que o universo dispõe
parece ter sido projetada por um ser superiormente inteligente, isto é, parece
ser o produto de um desígnio inteligente que projetou o mundo com uma
determinada finalidade/objetivo. Apresenta uma comparação que ilustra o seu
pensamento: assim como todas peças de um relógio trabalham harmoniosamente e
cada uma desempenha a sua função porque foram criadas por um ser inteligente, neste
caso o relojoeiro, também um ser perfeito fabricou/engendrou o universo e os
organismos que o habitam com uma determinada finalidade. A comparação
prossegue: assim como os relógios são complexos, organizados e harmoniosos, e foram
criados por um relojoeiro, também o cosmos, na sua organização complexa foi
criado por uma entidade superior a que chamamos Deus. O que este argumento
pretende transmitir é que se as coisas existentes na natureza têm uma finalidade,
então o universo também tem a sua finalidade. O universo está tão detalhado e
minuciosamente arquitetado que não pode ser obra do simples acaso, sendo Deus a
entidade máxima que as orienta e dirige.
Há quem diga que estamos perante uma fraca
analogia, com efeito, não existem tantas semelhanças entre o universo e os
seres que nele habitam, com uma máquina ou um artefacto, logo fazer uma
analogia entre estes dois modelos não leva a uma resposta convincente. David Hume
afirma que aceitar que Deus criou o universo leva a que muitas coisas sejam
explicadas de modo errado e outras não sejam simplesmente explicadas: - qual é
a finalidade do cordão umbilical se tantos fetos morrem por se enrolarem nele?
Este argumento não mostra que o universo em si mesmo é um sistema
teleológico porque não sabemos efetivamente
qual é a sua finalidade nem tão pouco sabemos se este Deus é teísta ou não….
Uma possível resposta a esta objeção consiste
na aceitação das ideias científicas vindas da ciência, nomeadamente, o big-bang
e a teoria evolucionista desenvolvida pelo darwinismo. Estas ideias podem até
ser verdadeiras, mas Deus é que criou as condições exatas e com precisão para
que estes fenómenos pudessem ocorrer.
Podemos concluir que nesta
matéria relacionada com a metafisica o consenso torna-se difícil. Esta teoria
não é perfeita e apresenta falhas que a tornam menos credível aos olhos de quem
se assume ateu ou agnóstico. Apesar deste argumento pretender provar a omnipotência
de Deus, não consegue assegurar que este seja omnisciente, nem sumamente bom (é
um facto que muitas crianças já morreram enroladas no cordão umbilical). Pese
embora esta situação o argumento aponta uma possível solução porque apresenta
uma entidade responsável pela criação recusando em absoluto a ideia do acaso.
11º
E - Bernardo Medeiros nº3 , Guilherme
Ramos nº7 , Tiago Cunha nº23
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