O problema da origem do conhecimento

Quando se fala do problema da origem do conhecimento surgem as seguintes questões: Qual é a origem ou fonte de todo o conhecimento? Será a razão ou os sentidos?

Como resposta a este problema temos duas perspetivas opostas. Se afirmamos que a razão é a única forma de conhecimento, estamos perante uma perspetiva racionalista. Por outro lado, se afirmamos que os sentidos são o fundamento do conhecimento, estamos perante uma perspetiva empirista.

Descartes, sendo um racionalista, defende que o conhecimento parte das ideias inatas que Deus, ser perfeito, colocou na nossa razão. Estas ideias inatas (cogito, Deus e mundo) são conhecidas a partir de juízos a priori e, portanto, são universais, eternas, absolutas e necessárias.

David Hume, sendo um empirista, rejeita a possibilidade das ideias inatas e afirma que quando nascemos a nossa razão é uma “tábua rasa”, sem conteúdo. Assim, todo o conhecimento é adquirido através das perceções, isto é, as sensações captam a informação do mundo exterior e, consequentemente, a nossa mente cria uma ideia (cópia de uma impressão). Sem sensações não há conhecimento. Estas ideias, também chamadas de questões de facto, são juízos a posteriori (partem da observação e da experiência) e, portanto, são provisórias e contingentes (estão sujeitas a alterações).

Chantal Gonçalves

N.2 11ºC

 

Comentários

  1. Uma das questões mais colocadas pela gnosiologia é a questão da origem do
    conhecimento: “Qual é a origem do conhecimento?” Tanto Descartes como Hume
    respondem a esta questão, mas estas respostas são opostas.
    Descartes é um racionalista, isto é, acredita que o conhecimento assenta na razão e que a
    nossa mente é como uma tábua rasa ou um contentor que já possui ideias inatas, que
    nasceram connosco, como a matemática. Deste modo, este filósofo afirma que todo o
    nosso conhecimento é feito através da intuição racional, da dedução e das ideias inatas, e
    que não nos podemos deixar guiar pelos nossos sentidos, pois estes enganam.
    Hume é um empirista, isto é, acredita que o conhecimento assenta nos sentidos e no hábito,
    costume. Para conhecermos tem de haver uma experiência sensível antes, sem experiência
    não podemos realmente conhecer, embora não negue a existência das relações de ideias,
    isto é, ideias a priori, estas são, apenas, conhecimento infértil, absolutas e necessárias e
    que negá-las implica entrar em contradição. Hume vai afirmar que o conhecimento deve ser
    a posteriori ou questões de facto, pois são contingentes, estão abertos à mudança e negá-
    los não implica entrar em contradição.

    Mafalda Carvalho n°15 11°F
    Maria José Azeredo n°19 11°F

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  2. As duas principais correntes que explicam a origem do conhecimento são o racionalismo e o empirismo, apresentando pontos de vista contraditórios, entre elas. Para os defensores do racionalismo, a origem do conhecimento é a razão, a mente humana, o entendimento. Para aqueles, para além de os seres humanos possuírem ideias inatas, que estão na base dos princípios fundamentais do conhecimento, os nossos sentidos, a experiência que deles advém, podem enganar-nos, ser duvidosos ou pouco rigorosos, não sendo, assim, fonte segura de aquisição de conhecimento. Defendem, também, que a capacidade de raciocínio, nomeadamente, o lógico dedutivo é a característica que mais nos distingue dos animais, em prejuízo da experiência sensível. No que respeita à possibilidade do conhecimento, esta teoria aproxima-se do dogmatismo, na sua forma de otimismo racionalista, já que os racionalistas têm uma fé inabalável na razão humana, crendo em verdades absolutas.
    Por outro lado, os empiristas defendem que a principal fonte do conhecimento é a experiência sensível, as impressões - que adquirimos através dos sentidos, não havendo nada no pensamento que não tenha passado por estes. O pensamento é, aliás, um livro em branco ou uma tela vazia, que vão sendo preenchido com os dados da experiência sensível. Deste modo, para os empiristas, as idéias não são mais do que meras representações mentais das impressões sensíveis, organizadas e associadas, posteriormente, pelo pensamento. O empirismo, diferentemente do racionalismo, aproxima-se do ceticismo, já que para os defensores desta corrente o conhecimento é, apenas, provável, feito de verdades sem rigor absoluto.
    Repare-se que os racionalistas não negam o conhecimento à posteriori, baseado na experiência sensível, apenas não o admitem como fonte principal do conhecimento, pois, como acima expliquei, consideram os sentidos enganadores; de igual modo, os empiristas também não negam o conhecimento à priori, defendendo apenas que este não é a fonte principal do conhecimento, considerando que em nada acrescenta à explicação do mundo, e recusam mesmo a existência de ideias inatas. Tiago Amorim n°25 11°H

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