O que é o cogito?

 

                       


A dúvida conduz para uma verdade incontestável: a afirmação da nossa existência, como seres pensantes e que duvidam. Descartes acredita que mesmo que o génio maligno o engane, ele “não conseguirá que eu seja nada enquanto eu pensar que sou alguma coisa”. Daqui surgiu o cogito, que se traduz para a célebre frase “Penso, logo existo.”. Esta afirmação é evidente e indubitável, de uma certeza inabalável, obtida por intuição, de modo inteiramente racional e a priori e que serve de base para muitas outras afirmações verdadeiras. Não há nada que garanta que o filósofo ao dizer esta afirmação esteja a dizer a verdade exceto que este consegue claramente observar que para pensar é preciso existir. Daqui infere-se que é verdadeiro tudo o que concebemos muito claramente e muito distintamente. O cogito fornece, assim, um critério de verdade, que consiste na clareza e distinção das ideias. Com isto conclui-se que um conhecimento é evidente. Um conhecimento é claro, pois transmite a presença de ideia ao espírito. Um conhecimento é distinto uma vez que as ideias estão separadas umas das outras, de tal modo a que não lhes sejam associadas características e elementos de outras ideias. Enquanto primeira verdade, o cogito surge-nos como crença fundacional ou básica, pois serve de alicerce a todo o sistema do saber. Apresenta a condição da dúvida hiperbólica e, ao mesmo tempo, impõe uma exceção à universalidade dessa dúvida, a única coisa que não podemos duvidar é da nossa existência. A apreensão intuitiva da existência revela-nos como esta é indissociável do próprio pensamento. Deste modo, a natureza do sujeito consiste no pensamento. O pensamento refere-se a toda a atividade consciente. Além disso, o pensamento equivale à alma, a qual é distinta do corpo e é conhecida antes dele e de tudo o resto. Esta é conhecida facilmente, contrariamente ao que os preconceitos dão a entender. A alma existe mesmo que o corpo não exista. A certeza da existência do cogito permanece apenas enquanto se pensa. O dualismo defende que o ser humano é constituído por corpo, substância material, que ocupa espaço, têm forma e dimensões, e a alma, ou pensamento. Ambas interagem, mas não se misturam. É de ressaltar que o cogito é de natureza mental e por isso não tem forma, não tem extensão e não ocupa espaço.

Tiago Cunha nº23 11ºE

Comentários

  1. O filósofo Descartes "dá vida" o cogito, isto é, que originou se a partir da frase icónica: "Penso, logo existo". Nesta afirmação, Descartes pretende dizer que o mesmo duvida para alcançar a verdade. Então, se a experiência não é fonte de certeza, só a razão com a dúvida pode garantir a evidência, ou seja, esta afirmação ("Penso, logo existo") é indubitável, a priori e completamente racional.
    Também podemos afirmar, que o cogito consegue engendrar um critério de verdade, e com isso, podemos provar que o conhecimento é objetivo e ínclito, pois as ideias não conseguem ser associadas a outras.
    No pensamento, este refere-se à atividade "desperta" é conhecida naturalmente, apesar dos preconceitos existentes. A alma existe sempre, podendo até mesmo o corpo não existir. Ainda mais, o dualismo afirma que nós todos somos constituídos por um corpo que ocupa um certo espaço, tendo uma certa forma e um certo pensamento. Já o cogito é natural e não tem forma e também não ocupa espaço.

    Gonçalo Simões,nº7,11ºH

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