O que é o princípio da regularidade da natureza, segundo Hume?

 


“A mente limita-se a associar certos eventos a outros por força do hábito de os ver em conjugação.”* (sequência de causa e efeito). Isto significa que a causalidade provém de um raciocínio indutivo que generaliza a partir de uma observação particular. A conclusão da indução não deriva necessariamente das premissas anteriores podendo ser negada sem contradição. O hábito é “o grande guia da vida humana” nas palavras de Hume. Segundo David Hume, "o que nos faz esperar que o futuro se assemelha com o passado é a crença no princípio da regularidade da natureza. Este princípio não é uma lei objetiva, isto é, que resida na própria natureza, mas tal como a causalidade, é uma projeção sobre a natureza de uma regularidade sentida pelo ser humano.”* Com Hume não é possível provar empiricamente a existência de uma relação necessária entre A e B, ou seja, de causa e efeito entre os fenómenos. A generalização é uma crença ou expectativa de que no futuro os factos se repitam da mesma maneira, porque se até agora a água ferveu sempre a 100ºC, logo acreditamos que no futuro o mesmo acontecerá.

 Podemos concluir que as nossas inferências causais estão apoiadas nesta crença da uniformidade do comportamento da matéria, ainda assim, ninguém pode afirmar com toda a certeza que no futuro este fenómeno vai ocorrer da mesma forma. A indução permite fazer previsões, mas nada pode garantir de forma absoluta até porque os juízos empíricos são contingentes, sujeitos a atualizações constantes.

    * citações extraídas do comentário aos textos de Hume "Investigação sobre o entendimento Humano."     

                                                                                                                 Luísa Sarsfield, 11ºC

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