Razões da dúvida cartesiana

 

 

Descartes não duvida por ignorância ou teimosia ou arrogância, mas sim porque quer encontrar uma verdade absoluta na qual possa confiar. A dúvida é, portanto, necessária para alcançar o conhecimento seguro. É um método que nos permite alcançar um conhecimento indubitável, capaz de garantir o edifício do saber apoiado em verdades necessárias e universais. A dúvida é um meio para atingir a certeza por isso é provisória. 

A dúvida cartesiana justifica-se por vários motivos.  Justifica-se porque os sentidos muitas vezes nos enganam e não permitem conhecer, pois podem levar-nos a tirar conclusões precipitadas ou induzir-nos em erro. As ilusões óticas são exemplo disto. Também não podemos confiar inteiramente no raciocínio matemático, pois há sempre a possibilidade de um erro de cálculo. Muitas vezes torna-se confuso distinguir o sonho da realidade e vice-versa. Indo mais longe, Descartes pressupõe a existência de um génio maligno que nos engana e se diverte a fazer-nos acreditar em coisas que na verdade não passam de uma ilusão. Assim, a realidade pode ser uma ilusão.

Da dúvida mais radical brota a primeira certeza cara e distinta, evidente por si própria:" Se eu duvido, penso. Se eu penso, logo existo como ser pensante. Sou uma res cogitans. (uma substância/coisa que pensa)

Chantal Gonçalves

N.2 11ºC

Comentários

  1. Rodrigo Marques, 11E19 de março de 2022 às 10:41

    1.1. A dúvida cartesiana tem duas finalidades: a primeira tem o objetivo de distinguir as verdades universais de todos os preconceitos que ele e a sociedade possuíam, e que consideravam verdadeiros, tendo Descartes afirmado que “recebeu desde a mais tenra idade tantas coisas falsas por verdadeiras”. Isto é particularmente perigoso pois todo o conhecimento que adquiriu é baseado nestas crenças, e caso elas sejam falsas não possuirá nenhum conhecimento. A segunda será para “estabelecer algo de seguro e duradouro na ciência”, ou seja, encontrar verdades universais tão irrefutáveis que estas possam manter-se na base do conhecimento científico enquanto este existir.

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  2. A dúvida cartesiana é metódica, pois é utilizada como um meio para atingir a certeza e a verdade, e é provisória, pois irá desaparecer quando se atingir a verdade. É também universal porque Descartes coloca em causa tudo em que se note a mínima suspeita de incerteza e radical uma vez que incide também sobre os fundamentos e raízes do conhecimento. Por fim, a dúvida cartesiana é hiperbólica porque chega a pôr a hipótese de um génio maligno que se diverte a enganar-nos, o que é uma dúvida exagerada.

    Rita Santos nº21 11ºH

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  3. Descartes duvida de todas as crenças, de forma a encontrar os princípios fundamentais e indubitáveis. De acordo com Descartes, duvidar é importante, expõem assim a possibilidade da existência de um Deus enganador e põem em causa os sentidos. A dúvida cartesiana é hiperbólica, pois rejeita como se fosse falso tudo aquilo em que se encontra a mínima suspeita de incerteza. É também universal e radical, pois incide não só sobre o conhecimento em geral, como também sobre os seus fundamentos e raízes. Por fim, é provisória, pois é um meio para atingir a certeza e a verdade, não constituindo um fim em si mesma.

    António von Hafe nº2 11ºE

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