10ºano -FILOSOFIA - mais uma argumentação sobre o livre arbítrio. Concordas?

Ao longo deste ensaio procuraremos discutir o problema do livre-arbítrio e a questão que o acompanha: Será que somos livres? Consideramos que a discussão deste problema filosófico seja importante porque a liberdade é a principal condição para a responsabilidade moral, e, sem ela, o ser humano torna-se isento da culpa e do questionamento de sua moralidade. Vamos apresentar as perspetivas do Determinismo Radical, do Libertismo Radical e do Determinismo Moderado para assumirmos uma teoria que possa dar resposta à questão inicial.

O Determinismo Radical acredita que não existe livre-arbítrio. As acões humanas, sendo acontecimentos, fazem parte das cadeias causais que explicam os fenómenos da Natureza. Assim, o livre-arbítrio é apenas uma ilusão. Por sua vez o Libertismo Radical defende que, diferentemente de todos os outros acontecimentos, as ações humanas não são determinadas. A personalidade, os sentimentos e os valores das pessoas influenciam, mas não determinam suas decisões. Desta oposição surge o Determinismo Moderado, uma teoria conciliadora que acredita que ambas as perspetivas previamente mencionadas sejam compatíveis. Esta tese não nos obriga a escolher um extremo ou outro, e sim que, ao analisarmos melhor o conteúdo de cada uma delas, vemos que elas podem coexistir. Para responder à pergunta inicial, vamos defender a teoria do Determinismo Moderado. Pensamos que os argumentos seguintes sejam suficientemente convincentes em defesa do Determinismo Moderado. O filósofo Harry Frankfurt propôs este argumento, chamado Argumento de Frankfurt (rejeição do princípio das alternativas possíveis), que diz que o livre-arbítrio não exige que o agente tenha reais alternativas de escolha, mas apenas que tenha o controlo sobre a sua decisão, por exemplo: “Pedro é um empresário e inventor genial, e cria uma máquina que pode controlar as decisões das pessoas. Sendo o dono de várias empresas, Pedro quer pagar o mínimo de impostos possível. Ele vai até ao congresso e ativa a sua máquina. Se os políticos não aprovarem a diminuição de impostos, a máquina fará com que aprovem, mas, caso os políticos aprovem a diminuição por conta própria, a máquina não fará efeito. Agora, suponha que os políticos aprovam a diminuição por conta própria. Nesse caso, não foram influenciados pela máquina. Conclui-se, logicamente, que os políticos podem ser considerados responsáveis pela diminuição dos impostos, embora eles não pudessem ter agido de outra maneira.” Alguns filósofos propuseram este argumento a partir da análise de Frankfurt, chamado Argumento das razões e orientação, que diz que o livre-arbítrio consiste em ser capaz de responder pela orientação que damos às nossas ações, apesar delas serem determinadas. As objeções mais fortes aos argumentos apresentados são chamadas “Objeção aos “casos Frankfurt” e “Objeção do Determinismo “envergonhado”. A primeira diz que os casos imaginados por Frankfurt são sequências causais deterministas, pelo que não provam nada acerca da definição do livre-arbítrio. A segunda diz que os deterministas moderados fogem ao problema quando alteram a definição de livre arbítrio para conter apenas o princípio do controlo. Contudo, ambas as objeções não são bem-sucedidas. O Determinismo Moderado acredita que as ações são influenciadas por determinados fatores, mas que o agente tem sempre a última palavra. Como visto no primeiro argumento, os políticos agem voluntariamente, ou seja, exercem o seu livre-arbítrio (capacidade de decidir e escolher em função da sua própria vontade, isenta de fatores determinantes). Os deterministas moderados não fogem ao problema, uma vez que a sua definição de livre arbítrio é igual à dos outros. No entanto, fazem a atribuição lógica de responsabilidades, isto é, se a última decisão é sempre do agente, ou seja, há liberdade de escolha, a responsabilidade é do agente.

Assim, podemos concluir que SIM, de facto o Homem é livre. Apesar de determinadas condições e acontecimentos passados poderem ou não influenciar nossas decisões, não se pode negar que o Homem tem controlo sobre suas ações. A noção de livre-arbítrio é necessária, pois sem ela estamos isentos da culpa e da responsabilidade moral.

10ºD

Matteo Soranna n° 21

Afonso Sampaio n° 2

Afonso Padilha n° 1

Luísa Lima nº 14

Tiago Lopes n° 26

 

 

Comentários

  1. A questão de saber se o homem é livre ou não é uma questão central no debate filosófico sobre o livre-arbítrio. Diferentes filósofos ofereceram diferentes perspectivas sobre esta questão, e não há consenso sobre a resposta. Uma visão é que o homem é completamente livre e que temos a capacidade de escolher e agir da maneira que quisermos. Essa visão é conhecida como libertarianismo e é baseada na crença de que nossas ações não são predeterminadas por causas anteriores ou leis naturais, mas sim o resultado de nossas próprias escolhas livres. Outra visão é que o homem não é completamente livre, mas tem um livre-arbítrio limitado. Essa visão é conhecida como compatibilismo ou determinismo suave e sugere que, embora nossas ações sejam determinadas por causas anteriores e leis naturais, ainda temos a capacidade de agir de acordo com nossos próprios desejos e motivações. Nessa visão, nossas ações são causadas tanto por fatores internos, como nossas próprias crenças e desejos, quanto por fatores externos, como influências ambientais. Uma terceira visão é que o homem não é absolutamente livre, mas é determinado por causas anteriores e leis naturais. Essa visão é conhecida como determinismo rígido e sugere que nossas ações são completamente determinadas por fatores além de nosso controle e que não temos livre arbítrio ou capacidade de agir de outra forma. Em última análise, a questão de saber se o homem é livre ou não é uma questão complexa e contestada na filosofia, e não há uma resposta única e definitiva. Os filósofos continuam a debater esta questão, e a questão do livre-arbítrio continua sendo um assunto de discussão e exploração contínuas.
    Soliman Bonnet n24 10A Martim Almeida n15 10A

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  2. O determinismo radical é uma teoria filosófica que afirma que todos os eventos e ações humanas são determinados por forças que estão fora do controle humano. Segundo essa teoria, o universo é regido por leis naturais que são completamente deterministas, o que significa que cada acontecimento tem uma causa e, portanto, é inevitável.
    Para os defensores do determinismo radical, as escolhas e ações humanas são resultado de uma cadeia de eventos que começam desde o início do universo e seguem um curso previsível e inescapável. Essa teoria implica que as pessoas não têm livre-arbítrio real, porque todas as suas decisões e ações são determinadas por fatores que estão além do seu controle.
    Segundo essa visão, as pessoas são apenas "marionetes" do destino, incapazes de escolher livremente as suas ações ou de serem responsáveis ​​por elas. Em vez disso, todas as ações humanas são vistas como sendo resultado de forças incontroláveis, como a genética, a biologia, a cultura e o ambiente, que moldam as escolhas e comportamentos das pessoas.
    Essa visão do determinismo radical é muitas vezes vista como uma forma extrema de determinismo, pois implica que o livre-arbítrio é uma ilusão e que todas as escolhas e ações humanas são, em última análise, inevitáveis. Essa teoria tem sido criticada por muitos filósofos, que argumentam que ela é incompatível com a ideia de responsabilidade moral e com a noção de que as pessoas podem ser responsabilizadas por suas ações. Miguel Novais 10H

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  3. O livre arbítrio é a crença de que os seres humanos têm a capacidade de tomar decisões independentes, sem serem afetados por influências externas ou por fatores determinantes. Essa ideia tem sido discutida por filósofos há séculos e é frequentemente ligada à noção de responsabilidade moral.
    Por outro lado, o determinismo radical afirma que todas as ações e eventos são o resultado inevitável de causas anteriores e que não há liberdade de escolha ou livre arbítrio. Essa visão é vista como incompatível com a ideia de responsabilidade moral, pois sugere que as pessoas não têm controle real sobre suas ações.
    Ambas as ideias têm raízes em tradições filosóficas antigas, como o estoicismo e o determinismo do sofista grego Protágoras. No entanto, foram desenvolvidas e aprimoradas por muitos filósofos ao longo dos séculos, incluindo Aristóteles, Santo Agostinho, Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche.
    Tomás Ribeiro nº23 10ºH





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